Estou nesse momento refletindo sobre esse tema, as respostas para todos os gostos, não há uma resposta clara sobre o que as máquinas fazem por nós ou para nós. Por um lado, elas são a própria encarnação do investimento que move a economia capitalista. Por outro lado, na maioria das vezes, quando uma máquina entra, um trabalhador sai e, às vezes, muitos trabalhadores saem.
A história nos ajuda a entender melhor essa questão no início do século XIX, a agricultura era a ocupação quintessencial: praticamente manual, auxiliada por enxadas e pás, arados puxados por cavalos, carroças e afins. Mas em meados do século a tecnologia já aparente começou a mudar este quadro, surgiu a colhereira mecânica, o trator e por volta do último quarto do século, a proporção da força de trabalho nacional na agricultura havia diminuído de três quartos para a metade: em 1900, a um terço, em 1940, a um quinto e, hoje a aproximadamente 3%.
O que aconteceu àqueles cujos empregos foram tomados pelas máquinas? Migraram para outras áreas, nas quais a tecnologia estava criando novos postos de trabalho. Em 1810, apenas 75 mil pessoas trabalhavam nas nascentes fábricas que produziam ferro gusa, nas madeireiras e afins: 50 anos mais tarde, mais de 1,5 milhão: em 1910, mais de 8 milhões: em 1960, o dobro. Em termos de percentagem, a mão-de-obra industrial cresceu a passos largos, até chegar a 35% da força de trabalho total.
Mas os números não continuaram crescendo. Ao mesmo tempo em que a tecnologia oferecia trabalho nas novas fábricas de automóveis, de utilidades domésticas e de usinas de energia reduzia-o à medida que, nas linhas de montagem o torno mecânico, as brocas e as prensas aumentavam suas velocidades e espantosas novas “calculadoras” passaram a simplificar o trabalho dos supervisores.
Durante todo o tempo em que a mão-de-obra entrava e depois saía das fábricas, um terceiro grande setor passou a oferecer crescentes oportunidades de emprego no setor de “prestação de Serviços” – Professores e advogados, enfermeiras e médicos, empregados domésticos e babás, funcionários públicos e guardas de trânsito, arquivistas etc. É impossível estimar com exatidão o número de “prestadores de serviços” no século XIX, mas em 1870 havia aproximadamente três milhões e por volta de 1990, cerca de 90 milhões.
O setor de serviços, que tradicionalmente absorve a mão-de-obra dispensada das indústrias e agricultura, se vê, ele próprio, atingido pela revolução tecnológica. Apenas como exemplos podemos citar o setor bancário, que vem substituindo sistematicamente as ocupações de caixa e atendentes em prol dos caixas automáticos, e o comércio varejista que vem ampliando suas estratégias de venda através das mídias de televisão e redes de computador, dispensando vendedores, caixas, embaladores, transportadores, etc. Essas inovações, além de atingirem o emprego de trabalhadores alocados nesses setores, têm levado também à disseminação da cultura do "auto-atendimento", onde o cliente realiza, ele mesmo, todas as operações outrora centradas em outras pessoas. Esse fato traz, pelo lado do "consumidor", um impacto a mais, qual seja, ele ter que se tornar cognitivamente competente e capaz de utilizar as novas tecnologias para poder ter acesso a esses serviços.
Assim como ocorreu na indústria, no setor de serviços a tecnologia criou com uma mão e tirou com a outra, continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça aqui seu comentário e desde já obrigado