sábado, 1 de maio de 2010

Expectativas de alunos do ensino público de São Paulo com relação ao Ingresso no ensino superior

Prezados Leitores,

estou nesse momento com a minha Dissertação de Mestrado em mãos, refletindo sobre quais são as expectativas de alunos da rede´pública estadual com relação ao ingresso no ensino superior. Hoje temos dois programas do Governo Federal, ProUni e FIES. FIES é o antigo programa de Crédito Educativo com algumas alterações, mas vamos nos debruçar sobre o ProUni. O aumento da população urbana e a industrialização, a entrada da mulher no mercado de trabalho, a perda das terras do campo pelos trabalhadores fizeram com que estes se transferissem para as agrandes cidades. Gerando uma massa de trabalhadores famintos por empregos, gerando uma classe média que busca sua autoafirmação por meio da ocupação de cargos burocráticos públicos e privados, para que se consiga alcançar esses cargos, utilizam-se da educação. Com isso as exigências começam-se elevar. As classes trabalhadoras começam a buscar o ensino básico como requisito para desempenhar seu trabalho simples, e a classe média começa almejar o nível superior como forma de distinção das outra classe. Em consequência disso, a procura por vagas no ensino superior, que já vinha aumentando bastante nos anos 40, começa a crescer de forma acelerada nos anos 60. Já nos anos 60, nos defrontavamos com a questão jurídica do vestibular. Ou seja, a política dos excedentes, pois as regras davam margem para que se interpretasse que as notas iguais ou superior a cinco dava direito a matrícula em nível superior. Mas por falta de vagas para todos criou-se a política dos excedentes. As Universidades Públicas recebiam cada vez mais esses alunos, fazendo com que a situação das Universidades fossem deteriorando-se a cada ano. Esse período foi bastante marcado pela ampliação no nível elementar e secundário no país. Mas aumentavam também as pressões das camadas médias por mais vagas no ensino superior. Em decorrência disso, foi a provada a Lei n. 4.024/61. Mas analisem que fato estranho por pressões de camadas médias o Brasil reforma primeiro o ensino superior, sem se preocupar com o ensino médio. Em outros países da Europa, por exemplo, começa-se a reformar o ensino básico, e gradativamernte vai se ampliando as reformas até chegar no ensino superior. Os nossos dirigentes por outro lado, já começam a instaurar a política do tapa buraco, sem se preocupar como essa questão poderá estar no futuro próximo. Mas mesmo com todas esssas reformas a universidade da época ainda sofriam severas críticas tais como: a questão das cátedras, a compartimentalização dos conhecimentos, e o caráter elitista da mesma que ainda continuava atendendo a um pequeno público de estratos médios e altos da nossa sociedade. Nesta época os principais agentes dessas reinvindicações eram os jovens professores e o movimento estundantil. Que luatvam por uma Universidade pública e deselitizadae organizada por departamentos, e que os docentes pudessem tomar as decisões de forma democrática, Mas nada disso, havia de fato acontecido. Pelo contrário após o Golpe MIlitar a situaçãopiorou mais ainda, as universidades começaram a sofrer uma ingerência sem tamanho. Resultando na Lei n. 5540/68 aprovada de forma autoritária pelo Governo Militar, com ampliação das vagas sem se preocupar com a qualidade, abertura para iniciativa privada de ambientes isolados de ensino com cursos de baixo custo e uma expansão sem critérios, apenas para amenizar as critícas sobre a falta de vagas no ensino superior. Qualquer coincidência com as UNis da vida que atualmente dominam as vagas no ensino superior é mera bobagem, será? Portanto, as Universidades passaram a ser cada vez mais frequentadas pelas camadas médias em ascensão que buscavam a universidade como forma de garantir postos de trabalhos mais remunerados. Mas todos nós sabemos, que no final dos anos 80, em início dos anos 90, começam a pipocar várias mudanças políticas, econômicas e ideológicas. O Brasil começa a se ajustar aos ideais neoliberais com a entrada de Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso. A sociedade brasileira foi muito atingida com desemprego, baixos salários, diminuição de políticas sociais, abertura de mercados, entrada de empresas internacionais no país, forte interferência de Organismos Internacionais, além da aceleração do processo de privatização dos serviços educacionais. A nossa carta magna da educação a LDB 9394/96 já vem recomendando novas exigências educacionais para a realização do trabalho simples e do trabalho complexo. Essas recomendações na verdade estava direcionadas para que os trabalhadores fossem adestradosa aceitar à nova cultural. Ou seja, aceitar como naturais as desigualdades sociais, o desemprego, a competitividade empresarial, a perda de direitos trabalhistas conquistados com lutas e mortes. Essa cultura neoliberal começa a ensinar as pessoas que o seu vizinho está desempregado, não tem o que comer, não tem carro, etc. O problema não é meu, eu estou trabalhando, e estou bem ele que se dane. E me parece que essa cultura realmente foi absorvida pelas pessoas, impressionante como as pessoas estão mais mesquinhas, só pensam em seu umbigo, como isso é possível? E essa nova politica coloca o Estado de Direito como apenas orgão regulador, mas como ser neoliberal ou país que nem conseguiu ser liberal. Como querer se ter um Estado mínimo, sem antes diminuir as desigualdades entre as pessoas, mas no Brasil é dessa forma mal se alcança um estágio, já se pula para outro só por que fulano ou sicrano está fazendo ou implantando, é impressionante isso? O Estado deixa bem claro que sua preocupação será em universalizar o ensino fundamental, e ampliar o ensino médio, deixando a tarefa do ensino superior para a iniciativa privada. Mas não é toa que isso acontece, claro que não, O Estado de Direito faz surgir uma nova burguesia de serviços, essa mesma burguesia irá cada vez mais pressionar o Estado a não investir em melhorias sociais e também a não investir em Universidades Públicas. Além dessa nova burguesia de serviços temos também a pressão das Universidades Religiosas, que não querem perder sua parte na educação também. Esta nova burguesia de serviços busca o lucro por meio da venda de serviços educacionais em detrimento de sua qualidade. Mas neste meio temos um conflito, que começa a surgir o capital industrial , ao mesmo tempo em que necessita de uma melhoria contínua em seu processo produtivo, também almeja que cada vez mais se formem pessoas em uma categoria profissional, pois terão como abaixar os salários, alegando que tem um exército de reserva de trabalhadores formados desempregados. Mas por outro lado, se o capital industrial começar a contratar esses trabalhadores mal formados terá sérios problemas no futuro no seu processo produtivo. Por isso mesmo o capital industrial necessita da formação de qualidade da Universidade Pública e também da formação dos trabalhadores das Universidades Privadas, continua.......

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